quinta-feira, 25 de abril de 2013

INCLUDiT – Conferência Internacional para a Inclusão – a decorrer no Instituto Politécnico de Leiria, nos dias 5 e 6 de julho de 2013.


Benefícios da TERAPIA OCUPACIONAL NO AUTISMO



A terapia ocupacional pode beneficiar a pessoa autista ajudando a desenvolver a qualidade de vida da mesma como indivíduo.

O objectivo é introduzir, desenvolver e manter habilidades que permitam ao indivíduo participar o mais independentemente possível nas actividades da vida diária que este considera significativas.

Desenvolver a aprendizagem com as habilidades motora fina, habilidades de interacção, habilidades de auto-cuidado e a socialização são os pontos alvos que devem ser atingidos.

Com os métodos da terapia ocupacional, a pessoa com autismo pode ser ajudada tanto em casa como na escola, onde lhe são ensinadas actividades como vestir, alimentar-se, ir ao quarto de banho adequadamente e arranjar-se.

É também auxiliada no desenvolvimento da coordenação motora grossa e fina e na coordenação visual, necessária para se aprender a ler e fazer actividades manuais.


É, no entanto, fundamental valorizar uma abordagem centrada na família e com um plano de intervenção o mais holístico e multidisciplinar possível.

Daí a importância das equipas multiprofissionais, comoe sta que está criada no CREI da Macia.

Por Carla Ladeira

O autismo segundo o DSM IV




Os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGDs), os quais incluem o autismo, têm sido
definidos como uma síndrome, envolvendo comprometimento severo e invasivo em três áreas do desenvolvimento: habilidades de interação social recíproca, habilidades de comunicação, e presença de comportamentos, interesses e atividades estereotipadas (DSM-IV-TR, 2002).
Nessa classificação estão incluídas cinco categorias diagnósticas:
Transtorno Autista,
o Transtorno de Rett,
Transtorno Desintegrativo da Infância,
Transtorno de Asperger e
Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra Especificação,
sendo o autismo o transtorno prototípico desta categoria.

O comprometimento da interação social é caracterizado por alterações qualitativas das interações sociais recíprocas. Podem-se observar dificuldades na espontaneidade, imitação e jogos sociais, bem como uma inabilidade em desenvolver amizade com companheiros da mesma idade; comprometimento acentuado no uso de comportamentos verbais e nãoverbais,
além da falta de reciprocidade social e emocional.
(Assumpção Jr., 1997; Bosa, 2002; Tanguay, 2000, Rutter & cols., 1996).
Quanto ao comprometimento das modalidades de comunicação, é relatado atraso na aquisição da fala, uso estereotipado e repetitivo da linguagem e uma inabilidade em iniciar e manter uma conversação. Acrescentam-se ainda outras características como a inversão pronominal (falar sobre si na terceira pessoa), a ecolalia imediata e a ecolalia diferida.
 (Assumpção Jr., 1997; Baptista & Bosa, 2002; Rutter & cols., 1996).

O terceiro item da tríade refere-se aos padrões restritos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades. Estes podem ser manifestados através da adesão inflexível a rotinas e rituais específicos, não funcionais, e pela preocupação persistente com partes de objetos, em detrimento do objeto como um todo. Além destes sintomas, observa-se insistência na
mesmice, bem como a manifestação de sofrimento e resistência frente a mudanças (DSM-IV-TR, 2002).

De acordo com o DSM-IV-TR (2002), os sintomas do autismo se fazem presentes antes dos 36 meses de idade. Não existe, em geral, um período de desenvolvimento inequivocamente normal, embora em 20% dos casos os pais não tenham relatado comprometimentos durante os dois primeiros anos de vida da criança.
Esse quadro é associado à deficiência mental em cerca de 75% dos casos, e poucos indivíduos apresentam QI acima de 80 (Facion, Marinho & Rabelo, 2002). É de consenso que a maioria dos casos (mas não todos) que apresenta a tríade em grau severo, mostra os primeiros sintomas logo no início da vida. Portanto, é plausível supor que essas características exerçam um impacto no cotidiano das famílias e nas relações entre seus membros.

 

(DSM-IV-TR, 2002).

O que é Saúde Mental?




Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde mental é “o estado de bem estar, no qual cada individuo tem conhecimento total do seu próprio potencial, consegue lidar com o stress normal da vida, consegue trabalhar produtivamente e com resultados e ser capaz de fazer uma contribuição para a sua comunidade”.

O que é a Dislexia?

O que é a Dislexia?
 A dislexia é uma desordem do foro neurológico, o que significa uma condição centrada no cérebro que, aparentemente, percorre várias gerações de uma família (fator de hereditariedade), parecendo, assim, ter uma base genética. A investigação diz-nos que cerca de 35 a 60% das crianças com dislexia têm ou tiveram um membro da família com a mesma condição.

Assim,a dislexia resulta da forma diferente como o “circuito” cerebral está estruturado no que respeita à linguagem em geral, particularmente à leitura, fazendo com que os indivíduos com dislexia possam estar a usar partes diferentes e menos eficientes dos seus cérebros quando leem.

A Dislexia caracteriza-se essencialmente por problemas na leitura. Quando a pessoa lê, ela pode não entender bem os códigos da escrita. A leitura pode ser lenta, silabada e a pessoa pode ter dificuldades em reconhecer até mesmo as palavras mais familiares.

A Dislexia é inesperada pois não tem uma causa evidente. A pessoa tem inteligência normal, não apresenta doenças neurológicas ou psiquiátricas e não tem alterações significativas auditivas e visuais.

É, portanto, uma situação diferente daquelas dificuldades de leitura decorrentes de outras causas, como por exemplo uma deficiência não neurológica ou uma fraca instrução académica.





A Associação Internacional de Dislexia americana propõe a seguinte definição:

"A dislexia é um dos vários tipos de dificuldades de aprendizagem. É uma desordem específica, centrada na linguagem, de origem orgânica, caracterizada por problemas na descodificação de palavras, refletindo, geralmente, capacidades reduzidas no processamento fonológico.
Estes problemas na descodificação da palavra são geralmente inesperados ao considerar-se a idade ou as aptidões cognitivas; eles não são o resultado de uma discapacidade desenvolvimental generalizada ou de uma perda sensorial.

A dislexia é manifestada por uma dificuldade variável nas diferentes formas da linguagem, incluindo, para além de um problema na leitura, um problema manifesto na aquisição de proficiência na escrita e na soletração."

 
 Possíveis sinais de alerta:

"Se a criança tem problemas na soletração de palavras, tem dificuldade em verbalizar palavras desconhecidas, tem dificuldade em expressar as ideias corretamente, tem dificuldade em expressar-se por escrito e ainda exibir alguns (três ou mais) dos fatores de risco apresentados a seguir, então é possível que ela possa ter dislexia.
Se este for o caso, aconselha-se que ela seja vista por um especialista e/ou especialistas competentes. Alguns fatores de risco a ter em conta:
  • Otites frequentes
  • Atraso na fala
  • Problemas na compreensão da linguagem oral
  • Vocabulário fraco
  • Dificuldade em aprender a correspondência entre sons e letras
  • Problemas na compreensão de que as palavras são constituídas por sons
  • Dificuldade em identificar os sons iniciais e finais da palavra falada
  • Dificuldade em reconhecer, juntar ou separar os sons individuais de palavras
  • Problemas na compreensão de instruções e/ou direções
  • Problemas em rechamar palavras da memória
  • Dificuldade em copiar do quadro ou do livro
  • Dificuldade no reconhecimento de diferenças em letras, palavras ou números semelhantes
  • Dificuldade em descodificar palavras
  • Dificuldade em diferenciar entre letras ou palavras semelhantes (b e d, bota e brota)
  • Dificuldade com a fluência na leitura (ler com facilidade, rapidez e expressão)
  • Dificuldade na compreensão de textos
  • Dificuldade em desenhar e/ou colorir dentro das linhas
  • Dificuldade em segurar um lápis
  • Problemas de direccionalidade (direita/esquerda; em cima/em baixo)
  • Dificuldade na organização de ideias para escrever uma composição
  • Dificuldade em escrever legivelmente tendo em conta os espaços entre as palavras
  • Dificuldade em manter-se nas linhas e em não ultrapassar as margens do papel
  • Outros membros da família tiveram ou têm dislexia"


TIPOS DE DISLEXIA

 Há três grandes tipos de dislexia, referidas por vários autores:
 a dislexia visual (ortográfica ou diseitética), 
a dislexia auditiva (fonológica ou disfonética) e 
a dislexia mista, que é uma combinação das duas anteriores.
 


"Dislexia visual (Ortográfica ou Diseitética)

A dislexia visual caracteriza-se por um conjunto de problemas relacionados com a sequência, ou seja, com a incapacidade de sequenciar eventos ou coisas. Por exemplo, a criança com dislexia visual tem dificuldade em sequenciar as letras do alfabeto e as letras nas palavras, os dias da semana e os meses do ano, os eventos de uma história por uma ordem definida ou, até, em seguir instruções relativamente simples quer elas sejam verbais quer sejam dadas por escrito. 
Apresenta ainda problemas de discriminação visual, confundindo letras e palavras parecidas, revertendo-as por vezes. São de isso exemplo as trocas de bês por dês ou ato por ota.
A escrita da criança com dislexia visual tende a ser inconstante, apresentando letras de tamanhos diferentes, omissões, rotações, reversões, emendas e rasuras frequentes. 
Também os desenhos que ela faz aparentam muitas vezes imaturidade, faltando-lhe pormenores essenciais.

Dislexia auditiva (Fonológica ou Disfonética)

A criança com dislexia auditiva tem problemas com certas funções auditivas intra-sensoriais, tendo dificuldade, por exemplo, em distinguir as unidades de som da linguagem, sendo-lhe difícil, portanto, transformá-las em palavras ou, vice-versa, pode não conseguir dividir uma palavra nas suas partes mais simples (sílabas). Tem ainda problemas em relacionar os sons da palavra com a palavra escrita, ou seja, relacionar o fonema com o grafema. Soletrar é também uma tarefa difícil para uma criança com dislexia auditiva.
A criança com dislexia auditiva apresenta problemas na discriminação auditiva, tendo dificuldade em diferenciar letras e palavras cujo som é parecido. Por exemplo, pode confundir o som do m com o do n, as letras b, d, t, p e g, não perceber que os sons iniciais e finais de palavras são iguais (berço e barco, casa e brasa), trocar a ordem das consoantes (calmo, clamo), confundir os dígrafos (telha, tenha), não perceber as rimas (quando lhe é pedido para dizer palavras que rimem com gato, poderá responder, goto ou sapo, ou mesmo inventar palavras sem significado, zato ou sato).A criança com dislexia auditiva pode ainda apresentar problemas na memória auditiva. Finalmente, no que diz respeito à escrita, a criança com dislexia auditiva tende a escrever muito devagar, rasurando muito o texto, devido à sua insegurança em soletrar as palavras.

Dislexia mista

A criança com dislexia mista tende a apresentar comportamentos associados a ambas as áreas, visual e auditiva, ou seja, alguns problemas são de ordem auditiva ao passo que outros são de ordem visual.
Com que idade pode ser feito um diagnóstico de dislexia? Quais os profissionais que fazem esse diagnóstico?
Podemos suspeitar a presença da dislexia desde cedo, principalmente na época da alfabetização, quando a leitura e escrita são formalmente apresentadas à criança. 

Para um diagnóstico mais preciso sugere-se que seja feito a partir do 3º ano, após três anos de aprendizagem da leitura. Mas havendo sinais de dificuldades nas áreas de linguagem, um atendimento adequado deve ser iniciado antes mesmo da alfabetização.

Os profissionais que podem realizar este diagnóstico são os Terapeutas da Fala trabalhando conjuntamente com os psicólogos especializados no assunto. Quando necessário, podem ser solicitados exames complementares (neurológico, neuropsicológico, processamento auditivo central, neuroftalmológico)."



CONSELHOS:
 
"No que respeita aos professores, é bom que se compreenda que “não há nenhuma criança que não deseje aprender” e, por conseguinte, os problemas que uma criança possa apresentar nas áreas da leitura, escrita e soletração, para além de outros problemas inerentes às características da dislexia, não devem ser penalizados mas compreendidos. 
Assim, a escolha de estratégias e atividades consonantes com os objetivos das intervenções, efetuadas individualmente ou em pequenos grupos, pode ser essencial para o sucesso da criança. 
Também, pôr a ênfase nas capacidades, sem, com certeza, descurar as necessidades é um caminho a ter em conta. Uma forma de o fazer é considerar uma lista de capacidades e interesses com base na avaliação e, a partir deles, elaborar um programa de apoio sólido tendo em conta essas áreas de interesses e de aptitude.
No que concerne aos pais, devem aceitar e tolerar o facto de o vosso filho ter dislexia e nunca criticá-lo, uma vez que ele não tem qualquer tipo de culpa quanto à sua situação. 
Os estádios de frustração e culpabilidade, tantas vezes característicos nestes casos, devem dar lugar à compreensão e apoio. É bom que estejam em consonância com a escola e, sempre que possível, apoiem o vosso filho (a) de acordo com as intervenções consideradas em que, com certeza, figuram diretrizes para os pais. Se verificarem que o vosso filho (a) não está a empenhar-se como devia, solicitem uma reunião na escola para, com os professores, poderem decidir qual o melhor caminho a seguir. 
Se o vosso filho tirar más notas, mas se verificarem que ele está a esforçar-se, não devem castigá-lo, seja de que forma for. Contudo, é importante que o vosso filho (a) não questione a vossa autoridade com base na sua situação. Como membro da família, ele deve saber respeitar as regras estabelecidas e comportar-se em conformidade. 
Finalmente, caso verifiquem que ele não está a ter sucesso académico e socioemocional, então devem considerar os serviços de especialistas competentes na área da dislexia."

Fonte:  http://www.ipodine.pt/dislexia.php

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Jogos de linguagem divertidos

As lengalengas são cantilenas onde se repetem várias palavras ou expressões. São desafiantes e divertidas. Ajudam a desenvolver a consciência sobre o uso da linguagem e ao mesmo tempo estimulam a coordenação dos movimentos associados à co articulação de fonemas em sílabas, palavras e frases.
A Lengalenga do corpo permite trabalhar o vocabulário do rosto/corpo e assim ter uma boa perceção do corpo. A Lengalenga do corpo é uma actividade de grupo para crianças na fase pré escolar e nas classes iniciais, promovendo o desenvolvimento da linguagem, ams também as noções de esquema corporal e desenvolvimento motor (planificação, coordenação e execuçãod e movimento).

Lengalenga do corpo

Salto, salto com os pés
Mexo, mexo com as mãos
Volto,volto a cabeça
Tapo, tapo os meus olhos
Puxo, puxo pelas orelhas
Toco, toco o nariz
Façam todos como eu fiz!

 A Lengalenga do I, O, U


A lengalenga do I, O, U permite trabalhar a aprendizagem destas três vogais de forma divertida.
Podem inventar gestos para asssociar às palavras ou ainda acrescentar uma melodia conhecida.

Ai o i, Ai o o Ai o u
Ai o i tão interessante,
com um chapéu todo galante.
iiiiii

Ai o o com a barriga cheia,
comeu o mel da minha colmeia.
oooooo

Ai o u com duas pernas,
e duas antenas que parecem lanternas.
u u u u u u

Lengalenga das Vogais

  Lengalenga das vogais é uma excelente para treinar o nome e som das vogais.

Vem lá o A
Menina gordinha
Redondinha

Ao pé
Que vem o E
Que vivo que é!

Depois o I
E ri
Com o seu chapelinho

No caminho
De pópó, vem o O
E gira na mó

Por fim vem o U
No seu comboio
A fazer u-u-u-u


Lengalenga para aprender a contar


A Lengalenga para aprender a contar permite treinar a a aprendizagem dos números de um a dez. A criança aprende melhor quando está motivada e quando coloca em uso várias órgãos sensoriais.
Assim, quando está a cantar, está a falar, a escutar o que disse, movimentando o corpo ao ritmo da música e utilizando os gestos como forma de consolidação (um, dois, três… com os dedos).

Um peru
Dois bois
Três, de cada vez
Quatro, arroz no prato
Cinco, Maria do brinco
Seis, dia dos reis
Sete, toma o canivete
Oito, dá cá um biscoito
Nove, vai ver se chove


 Cada uma destas lengalengas pode ser adaptada, desde que seja divertida, de certeza que as crianças vão adorar!

Divirtam-se!!!!!

Carla Ladeira

domingo, 21 de abril de 2013

Reciclar em Família

O Tshova da Juju participou na iniciativa "Reciclar em Família", uma iniciativa da AMOR, Associação Moçambicana de Reciclagem, onde a Juju esteve como parceira e também a DSF, através do Tshova da Juju!!!
Vivam as formiguinhas ecológicas e trabalhadoras!!!!





Texto e imagem por Carla Ladeira

terça-feira, 16 de abril de 2013

3º MÓDULO DE CAPACITAÇÃO DE PROFESSORES E DIRECTORES PEDAGÓGICOS EM EDUCAÇÃO INCLUSIVA

dias 17 e 18 de Abril, decorre, no CREI da Macia, o 3º Módulo de capacitação aos professores e directores pedagógicos das 26 escolas envolvidas no projecto, contando com a participação dos técnicos do CREI e do Terapeuta Ocupacional, recentemente chegado à nossa equipa e que nos deixou muito felizes!!!
Este módulo é essencialmente prático e compreende as seguintes actividades:

- aplicação do questionário intercalar aos professores;
- revisão da base de dados das turmas e alunos neste novo ano lectivo;
- análise e estudo dos casos práticos trazidos pelos professores;
- construção de planos educativos individualizados e planos de aula para as turmas inclusivas;
- construção de material pedagógico adaptado às necessidades dos alunos de cada turma;
- Introdução ao Sistema Makaton - potencializa o desenvolvimento da linguagem, comunicação e aprendizagem. SISTEMA MISTO que combina GESTOS + SÍMBOLOS DESENHADOS + PALAVRAS ESCRITAS;
- avaliação da formação, perspectivas e próximos passos.

e ainda....

entrega de uma maleta pedagógica a cada escola e ao CREI com:
- material pedagógico
- material de produção para a construção de materiais específicos

Em breve iremos colocar fotos.

Até já!!!

Por: Carla Ladeira

quarta-feira, 3 de abril de 2013