Rómulo Muthemba
Psicólogo Clínico
Resumo
O presente
ensaio pretende colocar em diálogo criativo e transformador duas
realidades essenciais para a saúde: a medicina tradicional e a saúde
mental. Deste modo, ambicionamos tirar ilações sobre as suas
vicissitudes e complementaridades, de forma a reduzir o fosso existente
e que não contribui para uma abordagem comunicativa entre dois
mundos próximos, mas também distantes.
Numa primeira abordagem tentámos contextualizar e situar as duas realidades, definindo o seu campo de acção e métodos.
Posteriormente,
ousámos confrontar em diálogo as duas realidades, dando ênfase não aos
aspectos meramente consensuais, mas àqueles que os problematizam e os
dividem... é nesta experiência de comunicação que encontrámos alguns
subsídios para exteriorizar o nosso pensamento, imaginário estimulado
pelas constatações e discussões permanentes entre o que é da
ordem do interno e o externo, objectivo e subjectivo –
tentámos assim contribuir, através de uma reflexão aberta para uma
melhor compreensão da subjectividade e elasticidade do psiquismo do ser
humano.
Subjectividade
que deve ser abordada como tal, respeitando a sua natureza e
complexidade, e não com determinismos científicos, culturais ou
espirituais – mas sim num reconhecimento baseado no encontro e
comunicação permanentes.
Fazemo-lo com a
perspectiva de que os factores socioculturais exercem uma influência
decisiva, nalguns casos na incidência, noutros na patologia das
perturbações mentais e do
comportamento.
comportamento.
A dimensão do
diálogo não se esgota apenas nestes “10 encontros” como “erradamente”
poderá parecer, estende-se para muitos e outros encontros possíveis,
imaginários a serem explorados e discutidos no futuro, quando a nossa
experiência, sabedoria e conhecimento o permitirem.
Palavras-chave: Saúde mental, medicina tradicional, diálogo e complementaridade.
Abstract
This essay aims
to bring together a creative and transforming dialog about two
essential realities on health issues: medicine man and mental health.
Therefore, we grand to make inference on its circumstances and
complementarities, in order to reduce the gap between them which does
not contribute to a communicative approach between two closed and
distant worlds. As first approach,
we try to set the background and locate these two realities, defining their methods and working area.
Afterwards, we
goad to tackle a dialog between the two realities, postponing the
consensual aspects and focusing on issues that are controversial
and divide them… it is in this communication experience that we find
contribute to bring out our reflection, and imagination,
stimulated by
outcomes and permanent discussions about intern and extern,
objective and subjective – trying to contribute, trough a wide
reflection for a better comprehension of subjectivity and elasticity of
human psyche.
Subjectivity that must be discussed as such, respecting the nature and complexity, against the
scientific, cultural and spiritual determinisms – using knowledge based on confluence and permanent communication.
On doing so, we
expecting that both social and cultural issues have an important
influence, on incidence in some cases, and on pathology of mental and
behaviour disorders.
The extension
of the dialog does not fit only in these “10 meetings” as it seems to
be. It opens space to countless other possible meetings to be explored
and discussed in the future, as our wisdom and knowledge allow.
1.
Contextualização – Saúde Mental Saúde mental é considerada pela maior
parte da população Moçambicana, incluindo a dotada de escolaridade, como
uma área da medicina que se dedica ao tratamento de doentes mentais ou
“malucos” como vulgarmente e “erradamente” se diz.
Para os profissionais de Saúde, esta é considerada uma área mais abrangente e que abrange não
só dimensões de
tratamento do doente mental, mas também alarga-se a abordagem do bem
estar, prevenção, tratamento e reabilitação de sujeitos com doença
mental ou pessoas com problemas (dificuldades) psicológicos, de
comportamento e dificuldades que podem afectar a sua vida
pessoal, afectiva, relacional, profissional e social.
Deste modo, a Saúde mental tem que ser definida no contexto actuante bio -psico-social,
enquadrando, obviamente a componente cultural e saiba como ler todo o artigo aqui
-
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