quinta-feira, 8 de novembro de 2012

MONITORIA E SUPERVISÃO INTEGRADA 2012



Aconteceu no passado mês de Outubro uma monitoria e supervisão integrada DSF/CREI/DPEC às actividades nas 26 escolas inclusivas do projeto.
Na comunidade escolar envolvida no projecto deparamo-nos com uma maioria de professores do sexo feminino, numa proporção de 67 para 33%. Esta proporção inverte-se quase em espelho quando analisamos a questão de género na chefia, sendo que encontramos apenas 36% de mulheres em cargos de direção de escola ou direção pedagógica.
Na amostra de 7 escolas visitadas, foram referidas 39 turmas inclusivas nas classes iniciais, das quais 19 da 1ª classe e 20 da 2ª classe. Neste conjunto de turmas foram identificadas 102 crianças com Necessidades educativas especiais (NEEs), por parte dos seus professores, das quais 49 a frequentar a 1ª classe e 53 a frequentar a 2ªclasse, ocorrendo maior percentagem de casos do género masculino (57%).
Analisando as dificuldades apontadas pelos professores das escolas/turmas consultadas, podemos resumir na seguinte tabela:

Falta mais formação aos professores
Dificuldades em lidar com os encarregados de educação
Dificuldades em lidar coma s crianças com NEEs
Dificuldade em adaptar provas de avaliação
Turmas sobrelotadas
Instabilidade nas colocações do corpo docente
Tabela1 – Dificuldades apontadas pelos professores

Se compararmos estes dados com aqueles recolhidos durante o 2º módulo de formação em Julho de 2012 encontramos alguns aspectos que se repetem, nomeadamente os que estão relacionados com:
- Formação
- Lidar com pais
- Adaptar materiais e estratégias
 Entendemos assim que podemos diferenciar estas dificuldades em diferentes níveis e esperar que o projeto consiga efetivamente intervir para um impacto significativo nos 3 níveis, nomeadamente através das ações de:
- formação em grande grupo com os professores;
- observação de aulas, counselling (aconselhamento) e estudo de casos nas escolas pelos técnicos dos Gabinetes de Atendimento para a Inclusão (GAI);
- grupos de ajuda mútua com pais.

Observamos que em todas as escolas valorizam a importância de se desenvolver um trabalho consistente com os encarregados de educação e até ao momento em todas as escolas foram realizados encontros com eles para sensibilização e/ou anamnese. Até ao início do próximo ano lectivo serão constituídos os grupos de pais em cada escola, que serão facilitados por um elemento da equipa dos GAI e pelo professor de saúde escolar.
Podemos afirmar que estes dados confirmam o diagnóstico de necessidades que realizamos inicialmente e que apoiou a concepção deste projecto quando foi delineada uma ação sistémica com diferentes atores e em diferentes contextos e eixos de intervenção (direta e indireta).
No que diz respeito à descrição dos casos, com base na utilização e fichas de anamnese, fichas individuais do aluno, avaliações e observação nas aulas e no recreio, os professores caracterizaram as crianças com NEEs das suas turmas, de acordo com as seguintes problemáticas:

problema mencionado
n
audição
5
visão
5
fala
15
comunicação
7
aprendizagem
44
comportamento
14
leitura e escrita
43
mental
10
físico motor
6
memória
2
atenção/concentração
6
psicologico
21
socialização
10
suporte familiar
6
Tabela 2 – Lista de problemáticas

Devemos considerar que esta categorização não observou um padrão consistente e claro na designação do campo conceptual de cada problemática. Aparentemente os professores apresentam muitas dificuldades sobre a compreensão do desenvolvimento da criança, áreas e componentes.
Relativamente aos GAI, em 5 das 7 escolas visitadas já existe uma sala para o gabinete de atendimento ou foi reabilitada pelo projeto. Das 2 restantes 1 encontra-se em fase de finalização e a outra estão com dificuldades em adquirir material local para a sua construção.
Os GAIs necessitam ainda de um kit de material pedagógico que será adquirido até ao início do próximo ano lectivo. Entretanto foi entregue um dossier a cada escola para agregar todos os documentos da educação inclusiva, facilitando a organização e consulta. Iniciou-se também a distribuição do vídeo educativo para as 26 escolas.
Das 7 escolas visitadas em apenas 1 os professores que participaram nas formações não realizaram uma réplica para o restante corpo docente da sua escola. De facto este foi um aspeto muito positivo e de importância realçada pela Sra. Amélia Muchate da DPEC para que os professores possam sempre replicar a sua formação em educação inclusiva nas suas escolas e ao nível das ZIPs, nomeadamente durante as jornadas pedagógicas.
Ao nível das estratégias pedagógicas aquelas que os professores indicaram ter introduzido nas suas aulas, após as formações foram:
- simplificação das tarefas
- aumentar o tamanho das letras e números apresentados
- planificar actividades diferentes e agrupar a turma em 4 grupos de trabalho
- colocar o aluno perto de outro aluno que o possa auxiliar

Em resultado desta monitoria e supervisão evidenciaram-se algumas recomendações, tais como:
Tabela 3 - Recomendações
É recomendado elaborar um manual de apoio com estratégias e dicas concretas para o próximo ano;
Continuar a troca de experiências de educação inclusiva nas jornadas pedagógicas das ZIPs a ao nível interno em cada escola
A escola deve tentar negociar para que os seus professores não sejam transferidos no final de cada ano, principalmente durante este projecto
A assistência das aulas pelos técnicos dos GAIs é fundamental
Envolver os professores de saúde escolar na facilitação dos grupos de ajuda mútua com pais, para garantir continuidade e regularidade nesta ação.
Sempre que necessário envolver a acção social na abordagem a famílais problemáticas e vulneráveis.
É recomendável que os professores preparem casos para discutir nas formações com os colegas 



Foto1 - GAI em construção com material local
Foto 2 - Sala remodelada para GAI
Foto 3 - Pormenor de livro de uma criança da 2ª classe
Foto 4 - Pormenor de caderno de uma criança da 2ª classe

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